A partir dos 40 anos, é comum que homens comecem a sentir mudanças sutis no corpo e no comportamento. Cansaço excessivo, perda de libido, dificuldade para manter ereções, alterações de humor e redução da massa muscular podem indicar que algo está fora do eixo. Em muitos casos, o problema está na testosterona.
Esse declínio hormonal natural é conhecido como DAEM – Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino. Diferente da menopausa feminina, a queda da testosterona acontece de forma lenta e progressiva. Ainda assim, impacta a qualidade de vida e pode estar relacionada a questões como obesidade, diabetes, estresse crônico e alterações no sono.

Quando a reposição de testosterona é recomendada
A reposição hormonal é indicada apenas quando existe confirmação laboratorial de testosterona baixa associada a sintomas característicos. O tratamento tem como objetivo restaurar os níveis hormonais a patamares fisiológicos e aliviar os sintomas sem causar riscos à saúde.
Antes de iniciar a terapia, o urologista realiza uma avaliação completa, incluindo exames de sangue, histórico clínico e fatores de risco. Homens com suspeita de câncer de próstata, apneia do sono não tratada, infertilidade ativa ou doenças hepáticas devem evitar o uso da testosterona.
Formas de reposição disponíveis
Existem diversas formas de reposição de testosterona, e a escolha depende do perfil do paciente, da sua rotina e preferências pessoais:
- Injeções de curta duração (como Deposteron® ou Durateston®): aplicadas quinzenalmente, têm baixo custo, mas causam variações hormonais marcantes.
- Injeções de longa duração (como Nebido®): aplicadas a cada 10 a 14 semanas, oferecem mais estabilidade.
- Gel transdérmico (como Androgel®): aplicado diariamente na pele, permite ajuste fino de dose, mas requer disciplina.
- Adesivos e implantes subcutâneos: opções de liberação prolongada, com prática variada no Brasil.
Cada opção tem vantagens e limitações quanto a custo, comodidade, efeitos colaterais e disponibilidade.
Benefícios e cuidados essenciais
A reposição bem conduzida pode melhorar significativamente a libido, a função sexual, o humor, a massa muscular e a disposição física. Também há relatos de melhora na sensibilidade à insulina, contribuindo para o controle do diabetes e da gordura abdominal.
No entanto, o tratamento exige acompanhamento constante. Exames periódicos de sangue, avaliação da próstata (PSA), hematócrito e exames hepáticos ajudam a prevenir complicações como ginecomastia, acne, retenção de líquidos, alterações cardiovasculares e infertilidade.
Vale reforçar que o uso inadequado de testosterona – especialmente sem indicação médica – pode trazer riscos graves. Por isso, a reposição nunca deve ser feita por conta própria ou com foco estético.
Testosterona não é solução mágica, mas pode ser uma aliada quando usada com critério médico e responsabilidade. Converse com um especialista e cuide da sua saúde de forma segura.


